quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Os desastres e o fim da violência

Tomou conta das manchetes dos jornais, esta semana, o maior desastre natural registrado no Brasil, acontecido recentemente na Região Serrana do Rio de Janeiro. Com um número absurdo de óbitos e vítimas não fatais, fomos envolvidos por grande comoção, não só pela tragédia em si, mas também por não ser difícil que haja um conhecido nosso em meio às vítimas. E tudo isso, sem que ainda tenhamos nos recuperado dos deslizamentos ocorridos em abril do ano passado em São Gonçalo, Rio de Janeiro e Niterói, especialmente no Morro do Bumba.

Neste clima de dor, quero fazer uma pequena reflexão sobre um assunto que está ligado a este. Alguns teóricos, seguidores de Tomas Malthus, desenvolveram sua tese a cerca do crescimento populacional e criaram algumas teorias políticas para a solução da violência. Dois autores americanos (Steven Levitt e Stephen J. Dubner), na obra "Freakonomics", afirmam que o aborto de bebês em famílias de baixa renda é uma solução para o fim da violência, pois as suas mães não têm como cuidar dos filhos e eles acabam se perdendo no tráfico de drogas. Chegam a afirmar que a diminuição da violência na década de 90 nos EUA está ligada ao aumento do número de abortos liberados em 1975. Por isso, os autores concluem que a aprovação do aborto diminui a violência.

Analisemos, pois, agora. Uma coisa não está, necessariamente, ligada à outra. Em algum lugar, o resultado poderia ser diferente.

Olhando todos esses desastres, permanece em nós um questionamento: quantas pessoas morreram  nessas catástrofes que citamos? Sabemos que a maioria era de baixa renda. Será que isso será capaz de acabar com a violência no Estado do Rio de Janeiro? Diminuirá o número dos crimes praticados?

Além disso, observamos a grande operação policial no Complexo do Alemão. Depois da retomada dos seus morros, o roubo de carro diminuiu consideravelmente na região. Será que essas teorias, não são justificativas furadas para a aprovação do aborto?

2 comentários:

  1. Não é a primeira (nem a última) teoria simplista e falaciosa que vemos para justificar o aborto ou outras práticas abomináveis. É como defender a legalização das drogas para acabar com o tráfico. Até o século XVIII, a venda de escravos africanos era chamada de "comércio". Com a sua proibição, com diversas leis a partir de 1850, passou a se chamar "tráfico". A prática não mudou, nem seus praticantes; só a situação criminal. Da mesma forma, o tráfico de entorpecentes não deixa de existir caso as drogas passem a ser consideradas legais, nem o aborto deixa de ser homicídio se "contribuir para o menor consumo de alimentos no plateta" (o que, ainda por cima se mostra falso). E o pior é assistir a quantidade de pessoas que se consideram e são consideradas intelectuais por apresentar com belas palavras tais teorias...
    Abraço!

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