segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Jesus é a Palavra de Deus

Formação
Ainda à tempo, neste último dia do mês de setembro, dedicado à Bíblia (melhor seria dizer à Palavra de Deus) e dia que a Igreja celebra São Jerônimo, quis trazer uma formação sobre um termo muito usual, mas pouco consciente em sua significação. Desejando promover um maior conhecimento de Cristo, que deve ser o foco de toda a Evangelização, proponho essa temática.

O termo “Palavra de Deus” é usado comumente para múltiplos significados. Aparece para designar a Bíblia, uma mensagem divina ou um trecho das Sagradas Escrituras. Entretanto, ele tem um significado próprio que, na mesma linguagem comum, pode perder sua riqueza, pois a Palavra de Deus, em primeiro lugar, é Jesus Cristo (cf. Jo 1). Se aqueles significados expressam este, ótimo. Caso contrário, esvazia o mais profundo e belo do termo.

A expressão aparece muitas vezes assim: “a Bíblia é a Palavra de Deus”. No entanto, a melhor construção seria “a Bíblia é o Livro da Palavra de Deus”, pois é o livro que fala de Cristo e o revela para nós. Jesus Cristo não é a Bíblia, mas esta contém a Palavra, que é Ele mesmo; contém a mensagem que Ele proclama.

São Jerônimo nos ensina que a Escritura fala de Cristo e desconhecer a Escritura é desconhecer o próprio Cristo. O centro, portanto, das Sagradas Escrituas é a Plenitude dos Tempos (a Encarnação), de modo que o Antigo Testamento existe em função de Cristo e fala dele, ainda que de modo velado. Se assim o é, o autor de cada livro, necessariamente, é o próprio Deus, que se utilizou de homens, mas inspirados por Ele.


Portanto, o termo “Palavra de Deus” é mais abrangente que “Sagradas Escrituras” ou “Bíblia”. Digo mais, a Palavra de Deus não é encontrada unicamente nas Sagradas Escrituras, e aqui encontramos a diferença da postura católica e protestante, em relação às Sagradas Escrituras. Encontramos a Palavra de Deus na Sagrada Tradição, que conservou alguns ensinamentos de Cristo não testemunhados nas Escrituras. Também encontramos a Palavra de Deus na Igreja, pois a Igreja é o Corpo de Cristo (poderíamos dizer “o Corpo da Palavra”) e possui uma assistência atual de Cristo, atualizando a Palavra de Deus revelada e iluminando os problemas atuais.

A Bíblia não é a única realidade sagrada. É sagrada, deve receber toda reverência, amor e inclinação, mas também a Sagrada Tradição e a Santa Igreja são realidades sagradas que nos apresentam, em primeiro lugar, Cristo. Por este motivo, o Concílio de Trento havia promulgado em sua primeira sessão a igual reverência à Sagrada Escritura e à Sagrada Tradição.


Essa visão não nos pode fazer desprezar a Bíblia. Ao contrário, devemos ler as Sagradas Escrituras como pai de família que tira do baú coisas novas e velhas” (Mt 13,52). Busquemos com maior assiduidade o estudo e leitura da Palavra de Deus (podemos falar assim sem risco de erro). Apenas com o contato frequente com a Bíblia e plena abertura de coração podemos ter nossa vida inserida e transformada em Cristo.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O Sacramento da Penitência

Formação
A teologia católica nos ensina que todo sacramento é um ato de Cristo realizado através da Igreja. Jesus encarnou-se para cumprir o desejo do Pai, de salvar a humanidade. Tudo o que realizou são atos salvíficos. Salvou os homens de seu tempo e essa salvação também nos atinge. Desejando manter um instrumento visível para os homens e mulheres se reconciliarem com Deus, instituiu o sacramento da Penitência.



A grande dificuldade dos fiéis, alimentada ainda mais pelo protestantismo, é a de entender como um “homem” pode ter o poder de perdoar pecados. Se um fiel permite-se aderir essa dúvida, poderá assumir muitas outras e chegar ao ponto de questionar até mesmo a autoridade da Sagrada Escritura. Seria o caos na fé!

Esse dilema se resolve de maneira muito simples. Cristo quis utilizar-se de homens para conceder a graça do perdão, e disse-lhes: “Tudo o que ligares na terra, será ligado no céu. Tudo o que desligares na terra, será desligado no céu”. O sacerdote é um ministro que faz as vezes de Cristo junto dos homens.

O efeito imediato do sacramento é o perdão dos pecados. Um segundo efeito muito recorrente é paz e tranquilidade sentida após cada confissão. Confessar é garantir o céu; é purificar-se; é renovar o amor por Jesus. Com esse perdão, somos impulsionados a continuar a nossa árdua missão.

Quando cometemos um pecado, toda a Igreja, por que é um corpo, sofre suas consequências. Se essa igreja é formada por seus membros, estes também são atingidos pelas consequências do pecado. A confissão nos reconcilia com Deus e com esses irmãos, inserindo-nos unidos não em uma estrutura, porém em uma comunhão de almas.

O sacramento da Penitência é de suma importância, pois ele nos coloca novamente em comunhão com Deus. Se pecar é dizer não a Deus, Ele não tem como nos conceder sua graça, uma vez que o rejeitamos. Precisamos pedir perdão, confessar e aí poderemos contar novamente com sua força. O sacramento da Confissão também nos livra da morte eterna, se estamos em pecado grave, pois este é um “ingresso para o inferno”. Se um fiel está em pecado grave, deve buscar a confissão o mais rápido possível, pois nunca sabemos quando será nossa hora. Ainda que não possua pecados graves, é muito salutar que o fiel busque a confissão com certa frequência (quinzenalmente, mensalmente) para que assim evite cometer os pecados graves.

Por fim, desejo indicar alguns passos para uma boa confissão. A primeira coisa que se deve fazer é um bom exame de consciência. Para tal, vale muito repassar os 10 mandamentos da Lei de Deus e os 5 mandamentos da Igreja, questionando ao Senhor se ofendeu a Ele ou não. Em seguida, o fiel pede perdão ao Senhor, arrepende-se de ter cometido e vai ao sacerdote. Na confissão, basta contar o tipo de pecado, quantidade de vezes que o cometeu e se foi acompanhado (exemplo: um roubo cometido 2 vezes com outras 2 pessoas).


Assim agindo, certamente o Senhor dará forças para ser fiel a Ele.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Carta dos Bispos do Regional Leste 1 aos Deputados Federais e Senadores

O povo brasileiro, à medida que descobre a maldade da lei PLC nº 3/2013, se indigna com o descompromisso dos nossos representantes. Divulgo aqui essa carta, que tive acesso pelo Zenit.org e não teve tamanha divulgação. Peço que divulguem para que o povo veja a feliz postura firme e exigente dos nossos bispos.
Segue, na íntegra, a carta:

Rio de Janeiro, 09 de agosto de 2013.
Exmo. Sr.
Os bispos do Regional Leste I, sem deixarem de prestar sua solidariedade às mulheres vítimas de qualquer violência, sobretudo sexual, querem demonstrar sua profunda consternação com o PLC nº 3/2013, e sua sanção, por não estar, realmente a favor da vida, atentando contra um inocente indefeso no ventre materno. A defesa da vida desde a sua concepção até sua morte natural é um princípio inviolável dentro de uma sociedade que aspira ser humana e justa com todas as pessoas.

O povo brasileiro tem sido espectador nos dois últimos meses – Junho e Julho – de uma forte e numerosa presença dos jovens nas ruas e praças das principais cidades do país.

Esses rapazes e moças, de modo pacífico e cidadão, têm sido a voz de tantas pessoas que não têm vez numa sociedade cada dia mais manipulada e enganada por grupos ideológicos. 

A saúde, a educação, o transporte, a segurança, os valores éticos, têm sido mencionados em programas de governos e em discursos de políticos brasileiros, porém o que a juventude brasileira mais aspira não são palavras, mas atitudes éticas e soluções permanentes para essas questões.

O Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude realizada entre os dias 23 e 28 de julho foi a voz unida às vozes de milhões de jovens brasileiros e estrangeiros que alegraram ainda mais a Cidade Maravilhosa. A sua voz ecoou nas mentes e nos corações de tantas pessoas que o aplaudiram nesses dias no Rio de Janeiro, e sem omitir outras falas importantes queremos destacar suas palavras no Teatro Municipal no dia 27 de julho passado. 

O futuro exige de nós uma visão humanista da economia e uma política que realize cada vez mais e melhor a participação das pessoas, evitando elitismos e erradicando a pobreza. Que ninguém fique privado do necessário, e que a todos sejam asseguradas dignidade, fraternidade e solidariedade: esta é a via a seguir”.

Senhor Senador, a sua presença no Congresso Nacional é para todos nós, sobretudo para o nosso povo, um eco dessas vozes. Conhecemos sua identificação como político católico, reconhecemos que a sua atuação tem sempre presente uma visão de futuro para que o Brasil seja realmente uma nação rica nos valores ético e cristãos. 

Os Bispos do Regional Leste 1 da CNBB ficaram muito surpresos e perplexos quando o PLC nº3/2013 foi sancionado sem veto pela Presidenta Dilma Rousseff no último 1º de agosto. 

O povo católico gostaria de ter ouvido mais nitidamente a sua voz denunciando, publicamente, nos meios de comunicação a farsa presente nesse projeto que facilita o aborto no Brasil e acaba obrigando os médicos e hospitais católicos associados ao SUS a realizarem esse crime horrendo.

Nós Bispos esperávamos uma demonstração mais firme e corajosa de Vª. Excia. na defesa da vida da criança e da mãe, especialmente quando esta depois de sofrer uma violência sexual inadmissível pela sociedade, vai sofrer outra violência, que é o aborto, mesmo quando este se dá como uma possibilidade com a ingestão da pílula do dia seguinte. 

Aos nossos políticos católicos reiteramos o nosso respeito e valorização de seu trabalho, mas conscientes do valor da vida humana, deveriam ter demonstrado uma consciência reflexa mais aguçada, pois tal projeto, longe de proteger a mulher da violência sexual, é também uma janela de implantação do aborto em nosso país. Com isso, não queremos desmerecer a obrigatoriedade de atendimento integral às pessoas em situação de violência sexual. 

Os políticos católicos que  receberam votos dos eleitores, na  sua maioria católicos, deveriam testemunhar com o seu voto e a sua voz sua posição contrária à "cultura do descarte", apontada pelo Papa Francisco como uma causa do desprezo da vida humana, e irem, corajosamente, contra a maré, pois suas eleições nos fazem esperar uma defesa maior dos princípios cristãos na vida política.

Dom Orani João Tempesta, O.Cist. - Presidente do Regional Leste 1, Arcebispo do Rio de Janeiro
Dom Luciano Bergamin, CRL - Vice-Presidente do Regional Leste 1, Bispo de Nova Iguaçu
Dom José Francisco Rezende Dias - Secretário do regional Leste 1, Arcebispo de Niterói
Dom Francesco Biasin - Bispo de Barra do Piraí-Volta Redonda
Dom Antonio Augusto Dias Duarte - Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Dom Tarcísio Nascentes dos Santos - Bispo de Duque de Caxias
Dom Edson de Castro Homem - Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Dom Frei José Ubiratan Lopes, OFMCap - Bispo de Itaguaí
Dom Pedro Cunha Cruz - Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Dom Frei José Ubiratan Lopes, OFMCap - Bispo de Itaguaí
Dom Pedro Cunha Cruz -  Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Dom Frei Elias James Manning, OFMConv - Bispo de Valença
Dom Nelson Francelino Ferreira - Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Dom Roberto Francisco Ferrería Paz - Bispo de Campos dos Goytacazes
Dom Paulo Cezar Costa - Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Dom Edney Gouvêa Mattoso - Bispo de Nova Friburgo
Dom Luiz Henrique da Silva Brito - Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Dom Gregório Paixão, OSB - Bispo de Petrópolis
Dom Roque Costa Souza - Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Dom Fernando Áreas Rifan - Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Canto de um vocacionado

Caros leitores,
Retorno às publicações, neste mês vocacional, com uma poesia que escrevi antes de entrar para o seminário. Faço isso para compartilhar o sentimento angustioso de alguém que está para decidir sua vocação. A deixei da mesma maneira que compus, há 7 anos (dia 11/09/2006), sem alterar nada. Espero que seja do proveito de todos, principalmente dos vocacionados.



Canto Desafinado
Não consigo expressar
em rimas o meu cantar
Ele não tem melodia
Só serve para ninar

Como conseguirei expressar
Se o meu Tudo me deixa solto no ar?
Tenho que esperar até fevereiro
Para poder voltar a cantar
Enquanto isso vou duvidando
A que Deus me chama a caminhar
Porque longe d'Ele não posso
ouvir o que estou cansado de escutar

Orar e vigiar
Não aguento duvidar
Isso me parece
Que não vou perseverar

Espero que isso não aconteça
E que eu volte a cantar
As minhas melodias
Que estão soltas no ar

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Compromisso e Oferta da Vida

Deus tem um plano de amor para cada um de nós, deseja que vivamos plenamente a vida divina (com Ele) para que sejamos felizes. Daí nos questionamos: pode o homem negar o chamado de Deus? Temos liberdade de seguir um caminho distinto? Não podemos responder afirmativa ou negativamente sem uma reflexão mais aprofundada. Avaliarei aqui algumas razões e motivações para darmos o sim pleno, sem seguranças em si mesmo e com confiança em Deus.


Enquanto caminhavam, um homem lhe disse: Senhor, seguir-te-ei para onde quer que vás. Jesus replicou-lhe: As raposas têm covas e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. A outro disse: Segue-me. Mas ele pediu: Senhor, permite-me ir primeiro enterrar meu pai. Mas Jesus disse-lhe: Deixa que os mortos enterrem seus mortos; tu, porém, vai e anuncia o Reino de Deus. Um outro ainda lhe falou: Senhor, seguir-te-ei, mas permite primeiro que me despeça dos que estão em casa. Mas Jesus disse-lhe: Aquele que põe a mão no arado e olha para trás, não é apto para o Reino de Deus” (Lc 9,57-62).

No evangelho de São Lucas encontramos esses três exemplos de vocacionados ao discipulado: dois que aparentemente se apresentam a Jesus e um outro que é chamado pelo Senhor. Para todos eles, o Senhor dá uma resposta dura e exigente. Essas respostas são paradigmas para nós, que também precisamos tomar uma decisão diante do convite do Senhor: “segue-me”.

Todo chamado está associado a uma renúncia; renúncia de si, de sua comodidade, suas vontades, dos prazeres do mundo, de direitos, casa, descanso, da família, para ser levado para aonde não deseja ir (cf. Jo 21,18). Essa renúncia não pode causar tristeza, pois ela dilata o coração para o Senhor, que a colocou como condição de seu seguimento: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” (Lc 8,34). Mesmos que, em algum momento, sintamos a aspereza do caminho do Mestre, precisamos esperar e confiar naquele que nos chamou, isto é, assumir a cruz e segui-lo.

Quando caminhamos sem a Cruz, quando edificamos sem a Cruz e quando confessamos um Cristo sem a Cruz, não somos discípulos do Senhor: somos mundanos, somos bispos, sacerdotes, cardeais, papas, mas não discípulos do Senhor”.
(Papa Francisco)

O Senhor alegra-se com a decisão de segui-lo. Ele espera nosso sim. Se nos chamou ao sacerdócio, é porque tem um povo aguardando-nos. Se nos chamou à vida religiosa, alguma comunidade espera nosso serviço. Se nos chamou ao matrimônio, espera de nós muitos filhos para propagar a mensagem do Evangelho. Enfim, o Senhor possui caminhos diversos, mas apenas para um fomos chamados e nele deveremos cumprir a renúncia da própria vida. Em outras palavras, Deus, a Igreja, a humanidade inteira espera um sim meu e teu que seja pleno e comprometido.

Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras
diante dessa geração adúltera e pecadora,
também o Filho do Homem se envergonhará dele,
quando vier na glória do seu Pai com seus santos anjos" (Mc 8,38).
No entanto, o Senhor não tole a nossa liberdade e permite que sigamos um caminho diferente. Isso não nos condiciona à infelicidade e perdição eterna, mas nos leva para um caminho mais difícil ou medíocre. O Senhor quer muito de mim e de você, mas esse muito só é possível se houver entrega, renúncia, fidelidade, amor e totalidade. Se queremos ser todos de Deus, sejamos como Maria que aceitou a vontade divina sem pesar as consequências e não como o jovem que procurou o Senhor, mas voltou triste quando o Senhor pediu os seus bens. Ele espero de nós o sim total para podermos, aí sim, dizer: “Senhor, seguir-te-ei para onde quer que vás”. Sejamos livres no Senhor!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Participar da missa inteira aos domingos e dias santos

Neste primeiro artigo formativo, tratarei de um ponto da doutrina que toca a vida litúrgica, questão recorrente entre os católicos, expresso no primeiro mandamento da Igreja: participar da missa inteira nos domingos e outros dias santos de guarda e abster-se de trabalho. A definição é muito clara, entretanto, farei uma análise dos seus elementos e aplicações. Incentivo, mais uma vez, que os leitores comentem as dúvidas pertinentes ao assunto.

O mandamento fala de participar da missa inteira. O que significa missa inteira? Alguns sacerdotes afirmam que é a partir da Liturgia da Palavra, outros que é a partir do Ato Penitencial, outros ainda desde o Sinal da Cruz. Para responder a pergunta recorreremos o missal:

Reunido o povo, enquanto entra o sacerdote com o diácono e os ministros, inicia-se o cântico de entrada. A finalidade deste cântico é dar início à celebração, favorecer a união dos fiéis reunidos e introduzi-los no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e ao mesmo tempo acompanhar a procissão de entrada do sacerdote e dos ministros (IGMR, n.39).

A segunda parte da frase define os dias que o católico tem o dever de participar da missa, que são os dias de preceito e o domingo – dia do Senhor. Os dias santos de guarda são aqueles dias, nos quais celebramos alguma solenidade católica que não coincide com o domingo, mas tem o mesmo valor deste. Esses dias são: Santa Maria Mãe de Deus, Epifania, São José, Ascensão de Jesus, Corpus Christi, São Pedro e São Paulo, Assunção de Maria, Todos os Santos, Imaculada Conceição e Natal. No entanto, o Brasil recebeu uma dispensa para alguns desses dias e outras solenidades foram transferidas para o domingo, de modo que só celebramos como preceito os dias de Santa Maria Mãe de Deus (01/01), Corpus Christi (quinta-feira posterior à Solenidade da Santíssima Trindade), Imaculada Conceição (08/12) e Natal (25/12). Advirto, ainda, que quarta-feira de cinzas, quinta-feira santa e sexta-feira santa não estão entre esses dias. Todos aqueles dias são celebrados desde o dia anterior à tarde. Por isso, mesmo que a liturgia não seja aquela cujo preceito se celebra, essa missa cumpre o dever cristão; realiza a “desobriga”, na linguagem popular antiga.

O último elemento, poucas vezes citado, é que o católico deve abster-se de alguns trabalhos nesse dia. Não significa fazer absolutamente nada, como pensam os judeus, mas dedicar o dia ao Senhor “se abstendo de trabalhos e negócios que possam impedir tal santificação desses dias” (CIC, n. 2042). Logo, se o trabalho prejudica o cumprimento do preceito, deve-se procurar outro meio de arrecadar o justo salário.

Tecnicamente, quem chega atrasado nessas missas não deve comungar, e se saiu antes do término, está impedido da comunhão, até que se confesse. A comunhão, neste caso, não é um mérito ou congratulação por ter participado da missa. O problema do recebimento da Eucaristia, aqui, insere-se no fato de cometer um pecado grave, devido descumprimento de uma lei canônica. Existe duas possibilidades de o fiel que chegou atrasado poder comungar. A primeira é que ele pode se comprometer a ir na missa ainda naquele dia (ou no dia seguinte, se for missa vespertina – celebrada no dia anterior) e, assim, cumprirá o preceito. A segunda possibilidade é que o motivo do seu atraso é justificável. As justificativas podem ser motivos de doença, imprevistos etc. O critério para juízo, todavia, sempre será a consciência do fiel.

Nas missas feriais (durante a semana) não acontece a mesma coisa, pois o mandamento não as contempla. Embora haja quem proíba um fiel comungar quando chega atrasado na missa, este não está impedido da mesma, pois não há pecado e nem haveria sacrilégio. Pensemos, para auxiliar, nas distribuições antes da missa: entre os ritos aprovados da Igreja, tem um que só contém o rito da comunhão.

Minha intenção aqui não é estimular as pessoas a entrarem na Igreja só para comungar, mas esclarecer que, caso aconteça algum atraso na missa durante a semana, isso não é motivo para impedir alguém de comungar. Quem busca a comunhão semanal deseja crescer na intimidade com Deus e receber maior número de graças. Porém, receberá graças muito maiores se participar inteiramente da missa e com melhor preparação.

Incentivo, por fim, que preparemo-nos melhor para a Santa Missa, chegando mais cedo, rezando em silêncio e lendo anteriormente as leituras que serão proclamadas. Pois, seria muito triste se alguém procurasse uma ou outra atitude simplesmente por ser pecado ou norma. Estas posturas servem para nos ajudar a não desviar do foco que é Jesus, mas se o amamos verdadeiramente, devemos buscar dar-lhe sempre mais.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Formação

Conforme era previsto na reformulação de nosso blog (no início deste ano), resolvi criar a categoria formativa. Deste modo, teremos duas publicações mensais: na primeira quarta-feira e na terceira. A primeira se classifica por opinião, conforme já expliquei, e contará com um artigo de tema livre, no qual desenvolverei alguma opinião pessoal. A segunda, que iniciaremos na próxima semana, será estritamente formativo, ou seja, seguirei algum ponto do ensino da Igreja e desenvolverei, prescindindo de qualquer opinião pessoal ou ideológica.

Peço a contribuição dos leitores com sugestões, dúvidas, críticas para que esse artigo seja de grande proveito para todos.

Esta inciativa visa unicamente cumprir a vontade de Deus. O Senhor nos permite a internet para que a usemos na evangelização. Este é um simples meio, que visa consolar o Coração de Deus. Que Ele seja amado, conhecido e adorado.

Ad majorem Dei gloriam!

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Piercing, tatuagem e alargador


O desejo de transformação do corpo é algo crescente e propagador. Antes, era difícil ir a um lugar de respeito e ver pessoas com certos objetos ou marcas sobre o corpo. Hoje é difícil não vê-los. Embora seja um tema antigo, não encontramos muitas literaturas morais sobre o tema. Por isso, decidi publicar esse artigo esperando contribuir um pouco para sua reflexão e discussão, considerando a fé da Igreja como ponto de partida.

O princípio para o juízo desses elementos está no zelo pelo corpo. Independente dos movimentos que supervalorizam ou desprezam o corpo, sempre foi doutrina católica o cuidado dele como sacrário, morada da Trindade. Sendo o corpo templo do Espírito Santo, o seu dono tem o dever de cuidar do mesmo conforme a dignidade daquele que guarda.

O Catecismo trata do tema quando fala do quinto mandamento (cf. CIC 2288-2291; 2297). Se cuidar do corpo significa conservar a vida e nenhum homem tem direito de pô-la fim, com muita razão a Igreja rechaça aqueles que prejudicam sua saúde ou a põem em risco sem justo motivo. Pelo mesmo princípio, a Igreja ainda ensina que mutilar o corpo, senão para conservar a saúde, é uma ofensa a Deus.

Um outro elemento, que é muito difícil de avaliar, que entra nessa discussão, é a influência cultural, que é um patrimônio de um povo. Atualmente, sofremos a influência da ideologia neopagã, que valoriza a vida tribal em detrimento dos progressos alcançados por cada cultura. Os seus militantes pregam a cultura natural dos povos, ou seja, que cada povo deve viver as suas características primitivas e não deve sofrer influência de outros povos. Essa mesma ideia compreende que não existe valor maior em uma cultura que em outra; que todas as culturas são igualmente evoluídas; que a cultura primitiva é pura. Isso é um grande erro. Um povo pode promover sua cultura abrindo mão de elementos desumanizantes e assumindo outros que garantem o seu progresso, mesmo que adquiram de povos externos. A cultura, e o que ela carrega consigo, portanto, deve ser julgada, visando a verdade.

Retomando a questão do zelo do corpo, apresento um primeiro elemento agressivo ao corpo: o alargador. O seu uso proporciona uma deformação em um órgão do corpo - a orelha - e não traz consigo nenhum bem para saúde. Por isso, podemos afirmar, sem dificuldades, que o uso e incentivo do mesmo configuram, por ser uma mutilação, um pecado.

Para o piercing, aplico a ligação à cultura tribal. O Pe. Paulo Ricardo nos indicou uma importante ligação à sexualização de algumas regiões do corpo que não o são inicialmente. Quero abordar outra ótica, que já mencionamos: a do tribalismo. Quem usa o piercing, de modo direto ou indireto, liga-se a uma tribo, um grupo que não assume a característica cristã. É como se dissesse: “eu pertenço a essa tribo”! Além disso, em alguns casos o uso do piercing contribui para aquisição de doenças e, por isso, o seu uso torna-se condenável.



Quanto à tatuagem, não é muito diferente. A tatuagem sempre possibilita a aquisição de doenças (por esse motivo, em certo período, o tatuado fica impedido de fazer doação de sangue) e também está ligado ao movimento tribal. Portanto, se aplica o mesmo que dissemos para os outros dois elementos. Embora o catecismo não fale nada desses três itens, o YOUCAT nos ajuda a fazer uma aplicação para o caso das tatuagens. Quando o Catecismo dos jovens fala do quinto mandamento e do corpo (como fizemos aqui), apresenta o caso de pessoas que fazem “incisões¹” contra o próprio corpo. É certo que o catecismo está tratando dos que tem um problema psicológico, mas o mesmo pode ser dito para os que querem fazer cortes a fim de criar uma tatuagem: “não existe um direito humano a destruir o próprio corpo recebido de Deus”. Ainda que o desenho seja cristão, o problema não está no conteúdo da tatuagem, mas nela mesma.

“Acciones autodestructivas contra el próprio cuerpo (“incisiones”, etc) son en la mayoría de los casos reacciones psíquicas ante experiencias de abandono y de falta de amor; por eso, en primer lugar, reclaman todo nuestro amor a estas personas. No obstante, en este marco de cariño debe quedar claro que no existe un derecho humano a destruir el próprio cuerpo recibido de Dios” 
(YOUCAT, q. 387).

Mais uma vez, nossa intenção é incitar a reflexão. Poderíamos responder a tudo isso de forma muito simples: isso não coaduna com a tradição cristã. No entanto, não seria suficiente para as mentes mais críticas. O bem fundamental que desejamos alcançar é a nossa salvação. Essas coisas, por um momento, são contrárias à nossa fé, por outro são indevidos, simplesmente. Acima de tudo, são desnecessários e, se podem ser motivo de contradição, vale muito mais assumir a cruz de Cristo e renuncia-las.
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¹ A tradução portuguesa usa o termo “riscos”.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Melhor caminho para o diálogo e a unidade

Missas de sétimo dia, casamentos com disparidade de culto e celebrações oficiais são momentos propícios para reunir pessoas que não são católicas, entre elas, muitos protestantes. Em outras reuniões, fora da liturgia, acontecem a mesma coisa. Desse modo, existe a obrigação de dirigir o discurso aos dois públicos. E como realizar um discurso cristão-católico sem ofensas aos mesmos? Trata-se de uma tarefa muito difícil. Por isso, queremos propor um pensamento que nos parece mais fiel à doutrina e que auxilia à confissão religiosa para não se tornar, necessariamente, ofensiva aos que tem fé parcialmente distinta.

Muitos elementos nos aproximam dos protestantes: temos fundamento principal em Jesus Cristo, acreditamos na Santíssima Trindade, cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus, embora haja pequenas diferenças e possuímos muitos preceitos morais semelhantes, porque se inspiram nos dez mandamentos. Por sermos tão próximos, dizemos com muita frequência que "o importante é crer em Deus", "cumprir a Palavra", "ser cristão", pois isso basta para a nossa salvação. Cristo nos ensinou: "quem crer e for batizado será salvo, quem não crer será condenado". "Não importa a religião!", "se somos de uma religião ou de outra, o importante é estar em um bom caminho". Este, muitas vezes, é o discurso que fazemos ou ouvimos. No entanto, não é a mesma coisa ser católico ou protestante.

Se viver uma religião ou outra é a mesma coisa, porque não se fundem? O pensamento de uma e de outra aplica-se de modo diferente às Sagradas Escrituras, à moral, à Igreja (instituição) e tantos outros pontos. Se existem posturas diferentes, só podem significar duas coisas: ou esses pontos não são fundamentais à fé ou eles exigem reconhecer que um elimina o outro. Em outras palavras, o fato de existirem "igrejas"¹ diferentes demontra que a profissão religiosa é distinta. Sendo assim, não há sentido afirmar que as duas estão certas e que ambos os caminhos levam ao céu. Seguindo a premissa², dizemos que uma está certa e a outra errada; que um caminho leva à vida e outro à morte (cf. Dt 30,15-20); que um conduz à salvação e outro não.

Faço uma ressalva para a mesma questão entre as "igrejas" protestantes. A Reforma Protestante inicia com Lutero, mas, logo em seguida, surgem outros seguimentos com Calvino e Henrique VIII, cada um com uma postura diferente. Lutero defendia a livre interpretação da Sagrada Escritura e que não havia necessidade da mediação da Igreja e do Sacerdote para alcançar a Salvação. Calvino pregava a predestinação, escolha prévia de Deus pelos que deveriam ser salvos, e a prosperidade, posse de dinheiro entendido como bênção de Deus. Henrique VIII, ao criar a Igreja Anglicana, assumiu quase tudo da Igreja Católica, permitindo apenas o divórcio e se auto-afirmando chefe supremo da Igreja. O que diremos destes organismos serve para todas as outras denominações protestantes.



Não é difícil perceber que o início do protestantismo possibilitou a múltipla divisão dos reformadores, embora possam ser reunidos em um único grupo. No entanto, a diferenciação na vivência da fé exige que se reconheça que cada "igreja" possui uma profissão diferente, ainda que contenha elementos semelhantes. Não é possível dizer que a crença dos calvinistas seja a mesma dos luteranos, pois isso dispensaria a existência de ambas. Portanto, temos múltiplas profissões protestantes contrárias entre si. Aplicamos, então, o mesmo princípio: é necessário que uma esteja certa e outra errada, ou que ambas estejam erradas. Ou seja, se o protestantismo possui a verdade da fé, apenas uma das suas denominações pode ser correta, pois, de outro modo, viveríamos em contradições.

O principal elemento que fez os protestantes separarem-se da Igreja Católica foi a questão Eclesiológia³, ou seja, o problema da mediação. Os reformadores consideraram que o único meio da salvação é Cristo, por isso, cada fiel deve dirigir-se diretamente a Ele. A tradição católica sempre entendeu que na passagem que Pedro recebe as chaves da Igreja, Jesus está dando à mesma (à Igreja) o poder de religar os seus fiéis a Deus. Portanto, para alcançar a salvação é necessário estar na Igreja, ou atingir através dela. Não há outro meio de salvação. Isto, obviamente, é combatido pelos protestantes.

Deste modo, torna-se incoerente o discurso que apresentamos no início, e não deve ser usado nem mesmo como pronunciamento ecumênico. O diálogo inter-religioso e todas suas especificidades devem começar pela convicção e afirmação da própria fé. Posteriormente, comparam-se as diferenças com a fé do outro. No que se aproxima, concórdia; no que divide, diálogo visando a verdade.

Fiquemos mais atentos ao discurso de nossa fé! Neste ano, que o Papa Bento XVI nos convidou a refleti-la, torna-se um importante serviço essa clareza no diálogo com as religiões que se distinguem da nossa. Sem nenhuma agressividade, devemos ser claros, apontando aquilo que é verdadeiro e denunciando o que é falso. Sejamos corajosos e alcançaremos grandiosos prodígios no caminho da salvação e da unidade querida por Cristo.

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¹ A Igreja católica só utiliza o termo "Igreja" para associações religiosas que têm sucessão apostólica. Por isso, neste artigo e em outros, sempre que utilizar esse termo entre aspas, significa que estou referindo-me aos protestantes.
² Primeiro argumento de um pensamento ou argumentação. Neste caso, que religiões diferentes supõem profissões religiosas diferentes.
³ Eclesiologia é o estudo da Igreja.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Um caminho de retorno

Conforme vivemos a caminhada cristã, deparamo-nos com diversas realidades e situações que nos permitem pensar. Entre elas, estão as inúmeras pessoas que migram de um estado de segurança espiritual ao seu oposto, quando não chegam à apostasia. Muitas delas se acomodam, pensando que está melhor assim ou que não têm força para voltar ao que era antes. Por isso, pensando desde o pecado original, precisamos entender o que deve motivar o homem e a mulher em tal estado a retomar o caminho com confiança e fé naquele que é o motivo de toda a existência.

A condição original do homem era de plena comunhão com Deus, a qual foi rompida com o pecado dos nossos primeiros pais. A consequência dele está relatada em Gênesis 3: a terra foi amaldiçoada, o homem passou a tirar seu sustento com o suor do rosto, a mulher teve que sofrer para gestar. Em outras palavras, o pecado trouxe o sofrimento ao homem.

"Então o Senhor Deus disse à serpente:
'Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais e feras dos campos;
andarás de rastos sobre o teu ventre e comerás o pó todos os dias de tua vida. 
Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. 
Esta te ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar'. 
Disse também à mulher: 'Multiplicarei os sofrimentos de teu parto; 
darás à luz com dores, teus desejos te impelirão para o teu marido e tu estarás sob o seu domínio'.
E disse em seguida ao homem:
'Porque ouviste a voz de tua mulher e comeste do fruto
da árvore que eu te havia proibido comer, maldita seja a terra por tua causa. 
Tirarás dela com trabalhos penosos o teu sustento todos os dias de tua vida.
Ela te produzirá espinhos e abrolhos, e tu comerás a erva da terra. 
Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado;
porque és pó, e pó te hás de tornar'" (Gn 3,14-19).

Não obstante, Deus, em seu supremo amor, quis conceder ao homem uma condição superior àquela original. Ao enviar seu Filho amado para regenerar o homem, concedeu-lhe mais que o retorno ao estado anterior, mas uma condição superior e mais digna.

"A graça inefável de Cristo deu-nos bens superiores
aos que a inveja do demônio nos tinha tirado".
(São Leão Magno)
"Nada se opõe a que a natureza humana tenha sido destinada
 a um fim mais alto depois do pecado. 
Efetivamente, Deus permite que os males aconteçam para deles tirar um bem maior.
Daí a palavra de São Paulo: 'onde abundou o pecado, superabundou a graça' (Rm 5, 20).
Por isso, na bênção do círio pascal canta-se:
'Ó feliz culpa, que mereceu tal e tão grande Redentor'!"
(Santo Tomás de Aquino)

No entanto, a oferta de Cristo não tirou a concupiscência*, que conduz ao pecado, do homem. A condição do homem que peca é similar àquela imediatamente posterior ao pecado de Adão, pois também aqui o homem perde totalmente seu vínculo com Deus. Essa separação não se dá devido à ira divina, mas da escolha livre do homem. Este perde, aqui, todo o vínculo com Aquele.


Ainda hoje, algumas pessoas experimentam de tal forma o pecado que perdem a semelhança divina alcançada por ação da graça. Quando um fiel vive uma vida santa, os que convivem com ele percebem certa similitude com Deus. Entretanto, vemos alguns que perdem toda ela com o pecado, sentindo-se, até, destruídos.

Cristo concede a esses
seus filhos um reencontro com Ele de uma forma também similar ao homem no estado posterior ao pecado original. Ou seja, este homem pecador também tem acesso a uma condição superior à anterior. Portanto, todos aqueles que se encontram destruídos pelo pecado devem saber que o Senhor deseja puxá-los novamente para junto de si e dar-lhes muito mais do que tiveram antes. E como se alcança isso? Pela busca da virtude e da confiança no amor de Deus. Pela virtude, desenvolve-se a vida na bondade, que agrada ao Senhor. Pela confiança em Deus, busca-se os sacramentos e recebe uma força que vem d'Ele.

Este
é um bom caminho de reencontro com o Senhor. Se nos percebemos longe do Senhor, presos no pecado como uma abelha ao mel, saibamos que o Senhor quer nos retirar dessa prisão e nos limpar novamente. Esforcemo-nos por nossa parte e corramos ao encontro da graça divina, pelos sacramentos. Encontraremos, assim, uma trajetória segura de retorno ao coração de Deus.
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* Concupiscência: Inclinação "natural" ao pecado, consequente do pecado original.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Um novo tempo...

Junto com tantos projetos trazidos pelas pessoas que projetam o novo ano que inicia, desejo apresentar a nova fase deste blog. Na primeira versão, dizia que não sabíamos onde seríamos conduzidos. Hoje posso dizer que tenho um pouco mais de ciência do quanto o blog pode contribuir para a formação das consciências. Não é um serviço que sempre atinja as massas, mas sempre retorna com frutos.

O blog surgiu como um desejo de compartilhar ideias e contribuir com a formação de seus leitores. Nunca foi minha ideia ter um blog muito acessado, mas, acessado por algumas pessoas, contribuísse na reflexão e formação dos mesmos.

Este é um novo tempo, marcado por novidades no layout e nos objetivos do blog. Permanece a ideia inicial de ser um consolo ao coração de Nosso Senhor e Nossa Senhora, mas, agora, quero que isso ocorra com objetivos mais definidos. Tracei, portanto, três categorias: formação, opinião e comentário. Em um primeiro momento, só lançarei a segunda e, por isso, explicarei esta inicialmente. Futuramente, é meu interesse lançar as outras categorias. Ao fazer isso, trarei uma explicação juntamente.

A "opinião" trará artigos de filosofia, teologia, temas de interesse público e derivados dos primeiros. Chama-se assim porque trará ideias mais pessoais, enquanto as outras menos. Será publicado, inicialmente, sempre nas primeiras quartas-feiras de cada mês. Espero que assim, retome contato com o público que, de certa forma, perdi ao deixá-lo desatualizado por um ano.

Agradeço o auxílio e ajuda de meus amigos críticos e revisores. Eles sempre me auxiliam e contribuem para que esse blog atinja o seu objetivo. Esperamos atingi-los ainda este ano, mas entregamos tudo nas mãos do bom Deus, que sempre vem em auxilio de nossa fraqueza. O antigo e novo leitor tem toda a liberdade de participar da discussão dos temas, sendo considerado todo argumento, desde que não ofenda alguém, não seja anônimo ou siga as regras lógicas do raciocínio.

Esperançoso com o sucesso, tudo depositamos nas Santas Mãos de Deus.


Sexta-feira, 04 de janeiro de 2013