sexta-feira, 8 de abril de 2011

Despert(s)os no pecado

Ficamos chocados, ontem, com a tragédia na escola do Rio de Janeiro. Não esperávamos ver tal cena americana aqui no Brasil. Posições de especialistas e de repórteres preencheram o noticiário que repetiu por todo o dia. Entretanto, desejo, nestas poucas linhas, chamar atenção para um dado importante: a última frase do trecho da carta publicada escrita pelo assassino.

"Preciso da visita de um fiel seguidor de Deus
em minha sepultura pelo menos uma vez,
preciso que ele ore diante de minha sepultura
pedindo o perdão de Deus pelo o que eu fiz,
rogando para que na sua vinda
Jesus me desperte do sono da morte para a vida..."

Esta pessoa tinha consciência do erro que estava cometendo e acreditava na salvação de sua alma, se alguém rezasse por ele. Seria isso a esperança cristã? Certamente que não, pois Deus promete que o céu é para aqueles que promovem a justiça a paz, que o amam de todo o coração e rejeitam o pecado. No entanto, cabe apenas a Deus julgar a sua alma e a nós rezar por ele independente do que tenha feito.


Guardando as devidas proporções, isso me fez pensar naquelas pessoas que levam uma vida "enfurnada" no pecado, sem nenhuma preocupação em fazer o bem a sua alma ou a sociedade e, no entanto, esperam serem salvas. Querem para si o bem aparente do pecado, mas não são capazes de assumir a vontade de Deus e, assim, tornam-se escravos do mal. Deste modo vivem tantas pessoas que fundamentam sua vida no prazer, na posse. Tantos que são gananciosos, malvados, intolerantes, violentos. E também, porque não, aqueles que se dizem crentes, mas vivem como se Deus não existisse.

O meu desejo não é inocentar esse criminoso, mas questionar: como você tem cultivado a tua fé, para a salvação de tua alma? O que está em primeiro lugar na tua vida? Creio que você não seja capaz de cometer tal barbaridade, mas o que você faz lhe garante a salvação?

3 comentários:

  1. Interessante a reflexão. Especialmente no período da Quaresma é urgente questionar o que temos feito e como temos vivido....
    As vezes nos deixamos nos arrastar e quando nos damos conta já estamos distantes de Deus.

    A paz!
    Priscila.

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  2. Lembrando que, pelo que se pode perceber, esse homem sofria de alguns distúrbios psicológicos. Nós estamos de plena posse de nossa inteligência e vontade! Podemos escolher a vida! Por que tantas vezes escolhemos a morte? Como a Priscila disse, é tempo propício (a Quaresma) para revermos nosso proceder. Dizemos que queremos o céu, mas precisamos lutar para chegarmos lá.
    Abraço!

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  3. Falando de morte, partilho o que li em um livro de Amadeo Cencini.
    Ela não é uma tragédia, mas um elemento constitutivo. Não se deve fugir dela, mas encará-la e preparar-se para ela. A todo momento temos oportunidade de nos preparar para esse momento, quando ouvimos a notícia da morte de alguém, quando nos vemos próximos dela em nossas limitações, etc. Acredito que esse livro me inspirará escrever mais.
    Como a Priscila falou, é assunto interessante para meditarmos na Quaresma.
    Obrigado pelos comentários.
    Abraços!

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