Deus
tem um plano de amor para cada um de nós, deseja que vivamos
plenamente a vida divina (com Ele) para que sejamos felizes. Daí nos
questionamos: pode o homem negar o chamado de Deus? Temos
liberdade de seguir um caminho distinto? Não podemos responder
afirmativa ou negativamente sem uma reflexão mais aprofundada.
Avaliarei aqui algumas razões e motivações para darmos o sim
pleno, sem seguranças em si mesmo e com confiança em Deus.
“Enquanto
caminhavam, um homem lhe disse: Senhor, seguir-te-ei para onde quer
que vás.
Jesus
replicou-lhe: As raposas têm covas e as aves do céu, ninhos, mas o
Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.
A
outro disse: Segue-me. Mas ele pediu: Senhor, permite-me ir primeiro
enterrar meu pai.
Mas
Jesus disse-lhe: Deixa que os mortos enterrem seus mortos; tu, porém,
vai e anuncia o Reino de Deus.
Um
outro ainda lhe falou: Senhor, seguir-te-ei, mas permite primeiro que
me despeça dos que estão em casa.
Mas
Jesus disse-lhe: Aquele que põe a mão no arado e olha para trás,
não é apto para o Reino de Deus” (Lc 9,57-62).
No
evangelho de São Lucas encontramos esses três exemplos de
vocacionados ao discipulado: dois que aparentemente se apresentam a
Jesus e um outro que é chamado pelo Senhor. Para todos eles, o Senhor
dá uma resposta dura e exigente. Essas respostas são paradigmas
para nós, que também precisamos tomar uma decisão diante do
convite do Senhor: “segue-me”.
Todo
chamado está associado a uma renúncia; renúncia de si, de sua
comodidade, suas vontades, dos prazeres do mundo, de direitos, casa,
descanso, da família, para ser levado para aonde não deseja ir (cf.
Jo 21,18). Essa renúncia não pode causar tristeza, pois ela dilata
o coração para o Senhor, que a colocou como condição de seu
seguimento: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a
sua cruz e me siga” (Lc 8,34). Mesmos que, em algum momento,
sintamos a aspereza do caminho do Mestre, precisamos esperar e
confiar naquele que nos chamou, isto é, assumir a cruz e segui-lo.
“Quando
caminhamos sem a Cruz, quando edificamos sem a Cruz e quando
confessamos um Cristo sem a Cruz, não somos discípulos do Senhor:
somos mundanos, somos bispos, sacerdotes, cardeais, papas, mas não
discípulos do Senhor”.
(Papa
Francisco)
O
Senhor alegra-se com a decisão de segui-lo. Ele espera nosso sim. Se
nos chamou ao sacerdócio, é porque tem um povo aguardando-nos. Se
nos chamou à vida religiosa, alguma comunidade espera nosso serviço.
Se nos chamou ao matrimônio, espera de nós muitos filhos para
propagar a mensagem do Evangelho. Enfim, o Senhor possui caminhos
diversos, mas apenas para um fomos chamados e nele deveremos cumprir
a renúncia da própria vida. Em outras palavras, Deus, a Igreja, a
humanidade inteira espera um sim meu e teu que seja pleno e
comprometido.
No
entanto, o Senhor não tole a nossa liberdade e permite que sigamos
um caminho diferente. Isso não nos condiciona à infelicidade e
perdição eterna, mas nos leva para um caminho mais difícil ou
medíocre. O Senhor quer muito de mim e de você, mas esse muito só
é possível se houver entrega, renúncia, fidelidade, amor e
totalidade. Se queremos ser todos de Deus, sejamos como Maria que
aceitou a vontade divina sem pesar as consequências e não como o
jovem que procurou o Senhor, mas voltou triste quando o Senhor pediu
os seus bens. Ele espero de nós o sim total para podermos, aí sim,
dizer: “Senhor,
seguir-te-ei para onde quer que vás”.
Sejamos livres no Senhor!
Querido, que Deus te proteja e seja lâmpada para o seu caminhar. Parabéns pelo seu Sim e que você o possa renovar a cada amanhecer! Deus esteja contigo, para que sempre possa apresenta-Lo a nós, assim como Ele é, na simplicidade! Paz e Bem!
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